Das senzalas às prisões: o racismo e a construção do sistema prisional brasileiro

Abstract

A história da construção social brasileira está intrinsecamente ligada ao racismo estrutural, perpetuado desde a escravização até os dias atuais. O sistema prisional brasileiro, como mecanismo de repressão e controle social, carrega resquícios dessa história violenta e seletiva, afetando majoritariamente a população negra. Este trabalho tem como objetivo expor a construção do sistema prisional brasileiro como instrumento de manutenção dos privilégios da elite branca, impulsionado pela lógica do encarceramento em massa da população negra. Além disso, busca desconstruir o mito da democracia racial, evidenciando a negação de direitos, o aprofundamento da pobreza e o afastamento das políticas de proteção social em relação à comunidade negra. A partir de uma perspectiva racial crítica, estabelecemos conexões entre os castigos e punições do período escravista e a atual configuração das prisões, analisando a continuidade histórica da exclusão e criminalização do povo negro. A pesquisa foi realizada por meio de revisão bibliográfica e documental, utilizando autores clássicos e contemporâneos para embasar as análises. Também foram utilizados dados oficiais que retratam a realidade prisional, com foco especial no estado de Pernambuco. A presença massiva da população negra nas prisões brasileiras é o reflexo de um sistema que transforma o cárcere nas senzalas contemporâneas.